quinta-feira, 13 de outubro de 2011

FREGUÊS OU NÃO FREGUÊS, EIS A QUESTÃO! (ARTIGO ALARGADO)

Creio que já todos estamos um pouco fartos de ouvir por aí toda a gente a debitar umas quantas opiniões, ideias e pseudo-soluções sobre a nova (des) reorganização do mapa autárquico nacional.
Pois bem, também a mim me apetece atirar umas quantas achas para a fogueira.
Assim, vou centrar a minha posição em 3 aspetos aparentemente distintos:
1 – Freguesia de S. João da Madeira
2 – Município de S. João da Madeira
3 – Entre Douro e Vouga

Bem sei que, segundo o documento apresentado pelo estado na passada semana, a nossa freguesia, tudo leva a crer, tem todas as condições para permanecer da mesma forma.
Dificilmente ouvirão da minha boca intervenções que defendam uma solução do tipo A ou do tipo B para outros concelhos ou freguesias do nosso País (principalmente se não for conhecedor da realidade que têm).
No entanto, não me conformo com meia dúzia de intervenções que tive de aturar por parte de alguns “seres” de Freguesias não muito distantes da nossa, que falavam de S. João da Madeira com uma propriedade que até pareciam de cá.
Mas centremo-nos naquilo que interessa. Vamos ao primeiro ponto.

Há quem diga que a nossa freguesia não tem razão de existir porque já cá temos uma Câmara e que, nesse sentido, há pouco que fazer na Junta, etc, etc, etc.
Permitam-me dizer que andam absolutamente distraídos. Já referi publicamente, em tempos, que os serviços prestados pela nossa junta são de extrema importância e que é demasiado redutor achar que a nossa freguesia só existe para a realização de um ou dois passeios seniores anuais.
Sejam mais atentos, sejam sérios na análise, saiam de casa para assistirem a uma ou duas Assembleias de Freguesia e verificarão que estão redondamente enganados.
As pessoas desconhecem o importante apoio prestado pelo Centro de Fisioterapia da Nossa Junta, que tanto atletas ajudou a recuperar.
Quantas centenas de pessoas não se dirigem mensalmente ás instalações da Junta de Freguesia para procederem às apresentações quinzenais, evitando assim terem de perder horas no IEFP para o mesmo efeito?
E se, de repente, as licenças de canideos e gatídeos tivessem de passar, também, para o município?
Então e o papel que cumpre a Biblioteca de Fundo de Vila, ou o Encontro Nacional de Ilustração (referencia de elevado prestígio nacional)?
Dizer, como referiu publicamente um Ex. Presidente de Câmara de SJM que no seu tempo tinham de se esforçar por arranjar qualquer coisita para a Junta ter que fazer (os termos usados não foram estes, mas a mensagem foi, sem dúvida esta) é isso mesmo. É parar na Década de 80 do século passado e ter deixado de acompanhar os últimos 30 anos da actividade da nossa Freguesia.
É desleixo e desinteresse de alguém que até já teve responsabilidades politicas na nossa terra.
Respeito a opinião, mas não consigo entender a atitude passiva face à realidade que hoje temos.
Depois, sem entrarmos no “domínio” autárquico de nenhum vizinho, expliquem-me como se acaba com esta freguesia!


Isto leva-nos ao ponto 2.

Se o critério para se ser concelho é ter-se freguesias, se a nossa deixar de existir o que acontece ao Município?
Então, neste caso, o que terá de deixar de existir, o Concelho ou a Freguesia?
Ia ser bonito passar a ter aquele extraordinário edifício apenas para a nossa junta, não acham?
Depois temos os inconformados/ressabiados/bairristas radicais/”tinhosos” (normalmente de concelhos vizinhos) que mandam “postas de pescada” do género:
- Não há problema, cá na Feira/Oliveira podemos ficar com S. João da Madeira como nossa freguesia, ehehehe!

Para essas “inteligências” passo eu, com o ponto 3, a fazer uma sugestão.

Juntemos S. João da Madeira, Feira, Oliveira de Azeméis, até Vale de Cambra (se vos aprouver) e criemos um grande concelho do Entre-o-Douro e Vouga, o que acham?
Mas a sede Concelhia é em S. João da Madeira já que, enquanto cidade somos mais urbanos, temos a cidade com maior número de eleitores, estamos no epicentro geográfico, com as melhores escolas, até somos reconhecidos como uma das melhores cidades do País para se viver, que tal amigos?
Provavelmente ficarão ainda mais ressabiados e “chutarão para canto”.
Quanto a mim, e no que concerne ao nosso caso, o melhor é as coisas ficarem como estão que ficamos todos contentes, não acham?

Infelizmente o desconhecimento dos Sanjoanenses face às origens é tão grande que todos comemoramos efusivamente a emancipação concelhia, mas ninguém saberá desde quando somos freguesia! É ridículo, não é?

P.S. - Na minha modesta opinião a Freguesia de S. João da Madeira não precisa de ser extinta, anulada, acabada. Precisa, isso sim, de mais competências, de novas competências que não se fiquem por meras intenções ou discursos.

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