terça-feira, 31 de maio de 2011

A PEDAGOGIA DE UM BELO PAR DE ESTALOS!

Acreditem que adorava passar meia dúzia de dias desligado de todo o tipo de lixo que a televisão nos transmite diariamente.
No entanto, se o fizer, nem com as pessoas posso conversar considerando que elas não deixam de ver TV e quando me encontram surgem com a fatal questão:
- então?! viste aquilo ontem na televisão?
Enfim...
Enoja-me o estado em que as coisas estão no nosso País.
Repugna-me sentir que, por mais que se diga, as coisas não vão mudar, na sua essencia, a curto/médio prazo.
Optei, então, por fazer algo que me dava imenso gosto... ler (um livro que não seja técnico, que não tenha a ver com o Doutoramento).
Começei a ler o Livro "Os Anagramas de Varsóvia". Ansiava por algo que me relaxasse, que me alienasse, de certa forma, desta pressão, desta ansiedade, deste desgosto pela forma como as coisas vão correndo.
LIXEI-ME!
O livro é muito intenso! é muito profundo, muito violento. a história é viciante, enervante e desespera o leitor (sou pai e não consigo ficar indiferente ao enredo).
Volto-me para a TV agora que terminei o livro.
Sempre a mesma merda!
Ora a política, ora o futebol, ora a violência, ora a política do futebol, ora a violência da política e do futebol.
Por um lado temos uma campanha legislativa muito pobre, paupérrima quando as coisas são bem mais fáceis do que parece.
sejamos pragmáticos... são poucas as hipóteses que os cidadãos têm:
Se gostam de José Socrates basta colocarem o voto no PS.
Se não gostam do José Socrates coloca-se a seguinte questão:
- Mas... QUEREM VÊ-LO DAQUI PARA FORA? FORA DO GOVERNO?
Se a resposta for afirmativa só existe uma saída (quer agrade aos eleitores, quer não). É votarem no PSD ou no CDS/PP.
Quanto aos outros, aos indecisos, aos que dizem que não acreditam em ninguém só lhes tenho a dizer que, ainda que tenham toda a razão, não podem ficar indiferentes ao futuro. A esmagadora maioria dos descontentes com a política e com os políticos sabem que alguém vai ter de continuar a gorvernar Portugal. Façam um esforço e manifestem-se no voto, pelo voto. Agora... não fiquem em casa. não assuma a vossa quota parte de dolce fare niente...
Depois temos a violência.
Os casos de agressões entre jovens e as tomadas de posições de jornalistas, politicos, comentadores, familiares, juízes, advogados, etc, etc. etc.
Uns dizem que não se pode actuar de forma tão incisiva (prisão preventiva) nos "meninos", outros advogam que deviam levar troco, na mesma moeda, outrs ainda acusam os pais, outros os políticos, uns a internet e finalmente os qua acham que é tudo culpa.... de nada e de tudo; não têm opinião, mas têm.
Eu dou aulas. Já dei formação!.
Lido com esta geração de jovens. Reparo que são fruto da falta de acompanhamento, do desinteresse, da falta de valores no conceito do que é uma família.
São a geração "TIPO... TÁ VER?!!!!" são os jovens LOL
São os que andam a passear-se pela escola, depois dos 18 anos dando quase 200 faltas num ano lectivo e que quando os professores os pretendem chumbar, deparam-se com burocracias e dificuldades que não justificam a chatice, o trabalho.
São putos que têm acesso a tudo através de ferramentas poderosíssimas como a internet, mas que não lhe dão uso académico.
São os que acham que a capital de Macau é timor e que podemos visitar em Paris... o estádio do Bordeus.
são os que se embebedam aos 14 e 15 anos em milhares de bares deste país, aos olhos de uma polícia que nessas noites de fim de semana quer é saber quem está mal estacionado...
São meninos que não conheceram nunca autoridade, que nunca levaram um par de estalos, mas que não se ensaiam nada para os darem ao pai e à mãe.
No fundo, tudo se resume aos benditos pares de estalos.
Sempre ouvi um ditado que dizia o seguinte:
- levaste? só se perderam as que caíram no chão!
Creio que andamos todos a merecer uns valentes pares de estalos, todos sem excepção não acham?
Talvez assim acordasse-mos todos e fizessemos algo.

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