segunda-feira, 1 de novembro de 2010

NATO OU NÃO À NATO! A MINHA OPINIÃO.



Tenho observado nos últimos tempos um conjunto de artigos publicados na imprensa local/regional e nacional sobre pessoas e grupos “mais ou menos” organizados que se insurgem contra a NATO, o seu papel no Mundo, e a participação de Portugal na Aliança. Creio que se trata de uma plataforma nacional intitulada “PAZ SIM! NATO NÃO!”.
Curiosamente tudo isto surge numa altura em que mais tenho lido e estudado sobre o assunto (fruto do Doutoramento que estou a tirar).
Ao longo deste texto (que é apenas de opinião, sem qualquer rigor científico) perceberão com facilidade que sou determinantemente contra a ideia de que, a bem da PAZ mundial, temos de acabar com a NATO (bandeira destes “paladinos” da PAZ mundial).
Não consigo entender a ideia daqueles que olham para a NATO como instituição “promotora da guerra”. Trata-se de uma organização essencialmente Militar (não só) ao serviço das Nações como garantia de PAZ.
Num cenário idílico, irreal, de seres que vivem num mundo de sonhos, não seria muito difícil encontrarmos um planeta maravilhoso, sem guerras, sem necessidade de uma organização que actuasse em defesa de Nações que são agredidas, violentadas e massacradas por outras sem escrúpulos ou quaisquer noções de civismo e direitos humanos.
Mas o mundo não é, de facto, assim.
Entendo que o conceito deve ser revisto, adaptado e que novas estratégias devem ser preparadas no sentido de estarmos conscientes da realidade mundial neste século XXI.
Aqui, entendo que a UE tem um papel preponderante considerando que, contrariamente à NATO, a sua matriz é muito mais política que militar.
Assim, a relação UE/NATO é ainda mais pertinente; uma complementa as falhas da outra.
A NATO não age de forma gratuita e só actua em casos em que os intervenientes, como se diz na gíria, “se põem a jeito”.
Vou transportar isto para outro campo.
Dizem os “iluminados”:
- A PAZ faz-se com diálogo, sem recurso a acções militares, and so on, and so on…
Agora pergunto eu:
- E quando o diálogo não chega? E quando, depois de tanto diálogo, uma das partes não cumpre com o acordado e desrespeita permanentemente a outra? E quando uma Nação agride outra que não tem qualquer capacidade de se defender?
Então os apoios e as parcerias não são importantes?
Então e a Aliança não refere também, no que decorre do artigo 4º do Tratado, para a segurança cooperativa, um modelo de segurança centrado nas pessoas e na necessidade de defender as suas vidas, bens e formas de viver?
Desde quando é que isto é promover a guerra?
A NATO deve promover um modelo de segurança para todos, a bem de todos, não especificadamente contra ninguém. Por isso mesmo, mais do que apresentar a resolução da mesma, entendo que a NATO tem, isso sim, de aumentar a sua rede de parcerias e de relações no mundo.
É importante que as nações entendam os problemas dos outros como seus. Este é um desafio que os países ligados à NATO têm de incutir em todos aqueles que desconfiam da sua acção.
A mim não me incomoda nada saber que temos na NATO alguém que em situações extremas pode actuar em favor de valores como a PAZ, segurança, desenvolvimento e direitos humanos.
E finalizo com uma frase interessantíssima proferida pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, General Luís Valença Pinto, no encerramento da conferência: «Portugal e a NATO: Uma Perspectiva Histórica na Véspera de um Novo Conceito Estratégico» onde estive presente.
“Porque não existe nós e a NATO. A NATO somos nós!”

Sem comentários:

Enviar um comentário