quinta-feira, 30 de julho de 2009

CHATEIA-ME, PORRA!

Confesso que, ultimamente, tenho tido muito pouca paciência para tudo e todos de uma forma geral.
Começa verdadeiramente a chatear-me este mundo de total desrespeito e indiferença em que vivemos.
Chateiam-me as pessoas que cada vez mais se apaixonam pelos seus umbigos e se alheiam da realidade que as circundam.
Chateia-me ver um debate político televisivo com dois candidatos ao municipio da captial do meu país, limitado a 50 minutos (mais coisa menos coisa), onde não podem falar com tempo e calma para depois terminarem o mesmo dando lugar, de seguida, a um outro programa, onde um quarteto (ou meia dúzia) de iluminados políticos de bancada já podem debitar o que bem lhes apetece durante cerca de 3 horas.
Chateia-me ver que (independentemente da marca que representa e do orgulho que significa) os telejornais usaram aproximadamente 40 minutos do seu tempo, de forma ininterrupta, para falarem do Cristiano Ronaldo e depois, antes de passarem a outras notícias, interromperem o dito para compromissos publicitários.
Chateia-me ver uma ex glória do Futebol Nacional, jogador de elite e de selecção, pedir um subsídio/bolsa de estudo escolar para a/o descendente que se encontra na faculdade porque o paizinho tem uma profissão de risco/instável.
Chateia-me ver um governo que usando a natalidade, se prepara para atribuir aos bancos do nosso país um depósito/aplicação a prazo de 200 euros por criança que terá a duração de 18 anos.
Chateia-me ver uma banca que não tem qualquer interesse em ajudar os seus clientes que se viram em situações dificeis (mas que pretendem renegociar e restabeler alguma qualidade de vida), mas que não se coíbe de realizar negociatas com ex altos dirigentes políticos da nação.
Fico doido quando referem que a minha geração (dos trintas e picos) não vale nada, não tem valores nem futuro, quando foi a geração que governa este país que nos educou, formou e liquidou qualquer esperança de futuro.
Chateia-me trabalhar tanto, sem grandes perspectivas de futuro.
Chateia-me sentir que a geração do meu filho se arrisca a sofrer muito mais do que a minha.
Chateia-me não ter mais e melhor tempo para a minha mulher e para o meu filho.
Chateia-me ver cada vez menos aqueles de quem gosto.
Chateia-me ver os meus avós envelhecerem, perderem capacidades, decaírem.
Chateia-me estar tão chateado hoje.
Hoje tudo me chateia, porra!

P.S. - Mas não desisto, nunca desistirei e não hei-de contribuir para que estas coisas se mantenham (e isso... não me chateia nada).

1 comentário:

  1. "O que não me mata, torna-me mais forte." F. Nietzche. Espero que as citações não te chateiem...

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